segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Brunner, Emil


Nasceu em 1899 e morreu em 1966. Foi um teólogo protestante suíço, sendo que sua formação acadêmica foi em Berlim e Zurique. Foi professor também em Zurique. Brunner não se encaixava no liberalismo protestante e também não se encaixava totalmente na neo-ortodoxia e teologia da crise, ficando assim num estágio “transitório” entre as duas correntes.

Defendia que, o livre arbítrio é uma verdade soteriológica, porém não é o homem que provê a si próprio a salvação, ou seja, a salvação é dada por Deus, mas o homem possui características naturais para corresponder a Deus, isso em nível soteriológico. Assim como Barth, rejeitou o misticismo cristão, porém afirmava que a razão não pode solucionar todos os problemas da vida, idéia que vai(bate) de encontro a muitos filósofos racionalistas. Afirmava também que, há no mundo muitos mistérios e que a teologia não têm o poder de resolver todas as questões, por isso ela possui tantas contradições e seria presunção dela querer resolver esses mistérios.

Abordou algo importante para a sociologia ao dizer que a política e a tecnologia podem despersonalizar o homem. Brunner afirmava que, a revelação não é proposicional, ou seja, a bíblia é simplesmente o registro da revelação de Deus aos homens e não foi ditado por Deus no processo de escrituração. Brunner era um homem que não discutia tópicos que diziam respeito a milagres ou nascimento virginal, mas seu conceito de espiritualidade era mais em nível de práxis e não de experiências místicas.

Sua teologia era formada tendo Cristo como centro de qualquer idéia, assim sendo opôs-se ao intelectualismo teológico. A ética era um assunto a ser vivido no cotidiano, ou seja, combinava a crítica de Kant com o realismo do luteranismo. Apoiou idéias de filósofos como Ebner e Buber que enfatizavam a relação entre o homem e Deus. Apesar de defender o livre arbítrio indiretamente , dizia que o homem é pecador e sempre se revoltará contra Deus, porém se o homem reagir a essa revolta, ele terá o auxílio do Espírito Santo que o tornará uma “nova criatura”.

Um dos pontos mais interessante de sua teologia é que ele ensinava que à vontade de Deus se manifesta através da família, do trabalho, da igreja, da cultura, do estado..., sendo assim o relacionamento com a sociedade nos ajuda a identificar como a vontade de Deus opera

Suas obras foram: The Symbolical in Religious Knowledge; The Mystic and The Word; The Fhilosophy of Religion of Evangelical Theology; The Mediator; The Divine Imperative; Man in Revolt; Chritianity and Civilization.

Prof. Yuri Almeida

2 comentários:

  1. Um intermediário entre o racionalismo propriamente dito e a narrativa do Cristo ñ histórico.

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