terça-feira, 3 de novembro de 2009

Bultmann , Rudolf


Bultmann nasceu em 1884 em Wiefelsted e faleceu em 1976. Teólogo protestante alemão, estudou em Marburgo, Tubingen e Berlim. Foi professor em Marburgo. Foi influenciado pelo existencialista Heidegger, tornando-se um teólogo existencialista.

Questões como o nascimento virginal de Cristo, os milagres do Novo Testamento, a ressurreição e a ascensão de Cristo, a existência de demônios, anjos, etc, eram eliminados de sua teologia pelo o processo de demitização, pois achava que muitos dos relatos neotestamentários são frutos da imaginação do homem ou de elementos mitológicos presentes na cultura. Dizia que a bíblia fora escrito em linguagem mitológica, que é absoleta para os nossos dias. O teólogo moderno tem então a tarefa de demitizar a bíblia despindo-a de seus trajes lendários, mitológicos e tentando descobrir as verdades existenciais que se encontram nos textos.

As pessoas só podem encontrar a mensagem do amor de Cristo mediante a demitização da bíblia. A bíblia em si mesma não é revelação, mas uma expressão primitiva pelo qual Deus se revela pessoalmente, mas não se esquecendo que antes temos que demitizá-la corretamente.

Como já disse, Bultmann era existencialista e um vocábulo bem usado neste meio era “angst”. Angst significa “angústia”, e era usado para descrever a situação básica do homem, ou seja, os existencialistas diziam que devido às situações trágicas que os homens enfrentam nesta vida, todos têm um sentimento de pavor e angústia dentro de si, porém o homem, ou melhor, a existência humana é boa e otimista. O existencialismo acaba entrando no campo do humanismo e às vezes até no ateísmo, como aconteceu com Sartre. Bultmann usa a teologia no meio existencialista, porém ensinando que o khrugma(proclamação do evangelho) como sendo o meio de levar salvação aos homens, deve ser reinterpretada segundo a ótica existencialista, levando em conta a liberdade do homem e sua angústia. O khrugma seria determinadas idéias fundamentais religiosas e morais, uma ética idealista. Em se tratando de ética, ele explicava que o homem pode ser dominado por questões carnais, o que gera uma angústia que oprime o homem e o torna escravo, ou seja, nesse ponto ele é totalmente existencialista.

Apesar dessas idéias existencialistas, Bultmann afirmava que Deus falou ao mundo através de Cristo e continua falando até hoje. A fé também em certo sentido foi defendida por esse teólogo ao dizer que a fé liberta os indivíduos do passado, trazendo liberdade para viver um bom futuro. O amor também teve espaço em sua teologia como sendo o imperativo fundamental de toda ética. Dizia que o homem precisa ter fé no espírito do evangelho cristão e não precisa de base histórica.

Nietzche foi mais longe que Bultmann chegando a negar a existência de Deus. O existencialismo cristão defendido por Bultmann, kierkegaard e outros deixou de desenvolver para não culminar no ateísmo.

Seus escritos foram: Jesus and the Word; Belief and Understanding; Theology of the New Testament; The Question of Demythologizing; History and Eschatology; Jesus Christ and Mytology.

Prof. Yuri Almeida

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