terça-feira, 3 de novembro de 2009

Lutero, Martinho


Martinho Lutero é o primeiro dos principais reformadores protestantes. Nasceu em Eisleben, Alemanha, em 10 de novembro de 1483 e faleceu em 1546. Ele era o segundo filho de Hans Lutero, um trabalhador das minas. Sua infância foi marcada pela severidade de seu pai.

Estudou nas escolas de latim de Magdeburg e Eisenach. Esteve também na Universidade de Erfurt, onde bacharelou-se em artes em 1502 e tornou-se mestre também em artes em 1505. O desejo de seu pai era que ele fosse advogado, porém Lutero entrou para a ordem religiosa dos agostinianos antes mesmo de completar 22 anos de idade. Seu pai não gostou de sua decisão em tornar-se monge e demorou muito tempo para perdoá-lo. Há uma história que diz que, duas semanas antes de entrar para a vida religiosa ele se achava no meio de uma tormenta elétrica, sentindo medo de morrer e ir para o inferno. Diante dessa tormenta ele fez uma promessa a Santa Ana que se tornaria monge. Porém, algum tempo depois ele afirmou que, o que o levou para o mosteiro foram os rigores de seu lar.

Em 1508 começou a lecionar na Universidade de Wittenberg. De 1521 a 1534 traduziu a bíblia para o alemão. Sua teologia tinha forte influência de Agostinho e do apóstolo Paulo. Apesar de ter muitos pontos em comum com Agostinho, não admirava o uso da filosofia na metodologia teológica. Atacou os escolásticos que partia sua teologia do aristotelismo, como vemos nessas suas palavras: “É um erro dizer que um homem não pode tornar-se teólogo sem Aristóteles. A verdade é que não pode tornar-se teólogo sem se livrar de Aristóteles. Em resumo, comparado com o estudo da teologia, o todo de Aristóteles é como a escuridão para a luz."

Em 1512 tornou-se doutor em teologia e fazia conferências sobre a bíblia, especializando-se nas epístolas aos romanos, Gálatas e Hebreus, pois esses livros têm uma teologia "agostiniana". Não temeu comparar os livros de Tiago e Paulo. Para ele, os dois livros se contradizem, pois enxergava que Paulo defendia uma salvação e justificação mediante a fé e Tiago mediante as obras. Por esse motivo, colocou o livro de Tiago em dúvida quanto sua inspiração. Considerava Judas e Apocalipse secundários em relação aos outros livros canônicos.

Em 1515 foi nomeado vigário responsável por onze mosteiros. Foi aí que ele se envolveu na discussão em torno das vendas das indulgências. Em 1517 afixou suas Noventa e Cinco Teses (em DOCUMENTOS está disponível essas teses) contra as indulgências.

Em 07 de agosto de 1518, Lutero foi convocado a Roma, onde seria julgado sob a acusação de heresia. Mas Lutero apelou para seu príncipe, Frederico, o sábio, para que o julgamento ocorresse em território alemão. Em outubro de 1518 ele compareceu em Augsburg diante do cardeal Cajetano, mas recusou-se retratar diante da acusação de rejeição papal. Depois disso, o reformador passou a dar mais valor a autoridade da bíblia (sola scriptura) como única regra de fé (sola fide) e prática e o papado cada vez mais perdia autoridade diante das idéias luteranas.

As muitas discussões com Lutero lhe valeu a excomunhão em 1520. Em 1521 foi convocado para a Dieta de Worms.

Em 1525 opôs à Revolta dos Camponeses, apoiando os príncipes no massacre de muitos camponeses, inclusive Tomás Münzer (sua biografia também está disponível nesse site). Sua oposição aos camponeses se encontra na carta Contra as hordas salteadoras e assassinas de camponeses. Lutero propunha uma reforma pacífica, ele era contra revoluções, devido sua fé na predestinação.

Ainda em 1525, casou-se com Catarina von Bora.

Em seu pensamento foi influenciado pelo humanista Erasmo de Rotterdam e pelos Irmãos da Vida Comum. O aspecto principal de sua teologia era a justificação pela fé, ponto que o conflitou com Erasmo. Aceitava o batismo infantil, mas negou a doutrina da transubstanciação na questão da ceia, formulando a doutrina da consubstanciação. Defendeu também o Sacerdócio de Todos os Crentes, numa época em que o clero católico tinha muito poder e privilégios. Sua teologia era paulino-agostiniana.

A reforma protestante foi marcada pelo homem que enfrentou o grande poder da Idade Média, a Igreja.

Prof. Yuri Almeida

4 comentários:

  1. A época em que ele nasceu não está ao contrário? Não seria 10 de novembro de 1349 e faleceu em 1483 ao invés de ser :"em 10 de novembro de 1483 e faleceu em 1349'

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    1. Victória, obrigado, realmente estava errado, já arrumamos a data de falecimento.

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  2. Lutero se rebelou contra a Igreja por causa das indulgências, e hoje seus seguidores, do Lutero, fazem a mesma coisa, ou pior:
    Encostar em carro do pastor para dar sorte;
    Ter que pagar para esperar uma graça (que é de graça);
    Cobrar trízimo dos pobres fiéis;dentre outras coisas bizarras.

    "É dando que se recebe", esse é o jargão mais usado em muitas "igrejas" protestantes hoje em dia. Nada diferente das antigas indulgências, tão combatidas por Lutero.

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  3. Há muitas controvérsias a respeito da reforma protestante, assim como a Revolução Francesa. A verdade é que era a briga do poder pelo poder.

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