terça-feira, 3 de novembro de 2009

Tillich, Paul


Nasceu em 20 de agosto de 1886 em Starzeddel, atual Starosiedle, Polônia e faleceu em 22 de outubro de 1965 em Chicago. Estudou teologia em Berlim, Tübingen e Halle. Na Universidade de Breslau doutorou-se em filosofia, em 1910.

Foi ordenado pastor em 1912. Foi capelão na Primeira Guerra Mundial. Foi professor de teologia e filosofia em Marburgo, Dresden, Leipzig e Frankfurt. Em 1929, sucedeu a Max Scheler.

Não podemos esquecer que este grandioso teólogo foi ainda, o fundador do "Socialismo Religioso", juntamente com outros amigos, e adversário declarado do nazismo. Pela oposição ao nazismo, em 1933 deixou a Alemanha e foi para os Estados Unidos convidado por Reinhold e Richard Niebuhr. Foi professor de Teologia Filosófica no Union Theological Seminary (em Harvard) e na Columbia University (New York) e também na Universidade de Chicago. Foi um teólogo-filófoso e representante do existencialismo religioso.

Tillich abordava questões humanas com a teologia e as correlacionava até com a economia, as ciências e outros campos de estudo. Usava também a história para construir sua teologia. Ensinava que a teologia deve unir-se ao empreendimento humano, pois isso a completa e a livra de erros já cometidos na história. É portanto necessário que a teologia correlacione com a política, a ciência, a sociologia, a ética, a antropologia e etc.

Devido sua visão existencialista, dizia que a teologia sistemática deve ter também caráter apologético, analisando a situação do homem em geral, trazendo uma aplicação do evangelho. Usava muita linguagem simbólica, pois cria que o símbolo pode ter mais resultado que a mensagem direta. Os símbolos apontam para a realidade, mas a realidade não resolve os mistérios da vida. Nossos conhecimentos são sempre fragmentados e nunca trará a nós uma resposta de todos os mistérios da vida.

Questões como ”céu e inferno” não podem ser literalmente interpretados, pois essas questões apontam para uma realidade mais concreta. Para Tillich, fé é a coragem de existir - essa é uma definição bem existencialista - e redenção é o homem ser um novo ser. A explicação tillichiana de Deus está no campo do existencialismo, pois afirma que Deus é o ser em si mesmo, sendo a resposta para o homem e para a história. Deus também, ao ser o ser em si mesmo, passa a ser o fundamento infinito e inesgotável da história.

O homem vive alienado, sendo o pecado uma alienação, e sendo a resposta ou solução para essa alienação existencial o Novo Ser em Cristo. Esse teólogo não via a filosofia como inimiga da teologia, pelo contrário, Tillich não é somente um teólogo ou filósofo, mas é um teólogo-filósofo, isso é claramente percebido em suas obras; em seu livro intitulado “Perspectivas Da Teologia Protestante Nos Séculos XIX e XX”, o casamento entre o discurso teológico e a visão filosófica faz dessa obra um livro rico em conhecimento e que aguça no leitor um desejo de conhecer mais.

Apesar de Tillich falar muito sobre os símbolos e as linguagens antropomórficas, ele também dizia sobre a morte dos símbolos, ou seja, de acordo que nosso conhecimento cresce e amplia, os símbolos vão perdendo força e a realidade se aproxima mais de nossas concepções. Tillich era um pouco cético em relação às definições de Deus, pois cria que o homem nunca terá a definição verdadeira de Deus, mas no máximo uma definição expansiva, mas não completa.

Recebeu o prêmio da paz dos editores alemães em 1962.

Suas obras principais foram: A coragem de ser (The Courage to be), Dinâmica da fé (Dynamics of Faith), Teologia Sistemática (Systematic Theology), História do pensamento cristão (A History of Christian Thought), Perspectivas da Teologia Protestante nos séculos XIX e XX (Perspectives on 19th and 20th Century Protestant Theology), A Era Protestante (The Protestant Era). E em espanhol escreveu: El futuro de las religiones, Filosofia de la religion, Teologia de la cultura y otros ensayos.

Prof. Yuri Almeida

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