quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Celtas

Eram povos brancos guerreiros que surgiram na Europa Central (provavelmente no sudoeste da Alemanha) no II milênio a.C., na época do Bronze Tardio, espalhando-se pelo continente na Idade do Ferro. Suas origens são obscuras. Parecem resultar da fusão de agricultores descendentes dos danubianos neolíticos e dos pastoralistas vindos das estepes.

Organizados em tribos (em grande maioria viviam em aldeias fortificadas), sua organização social tinha como unidade básica um grupo extenso de famílias aparentadas, que partilhavam suas terras agrícolas, mas arrendavam seu gado independentemente do rei ou dos nobres. Eram monogâmicos, mas admitiam o concubinato.

O tuath (reino) era estruturado em classes: realeza, nobreza e Servos (camponeses artesãos e escravos). Além dessa estrutura secular, a unidade cultural era assegurada por uma hierarquia de sacerdotes (druidas). Normas complexas de mobilidade social nunca lhes permitiram atingir a estabilidade política; era constante o estado de turbulência.

Grupos de guerreiros, comandados por um chefe, faziam freqüentes investidas contra localidades próximas. Foram na guerra muito bravos, porém indisciplinados na vida civil.
No séc. VII intensificaram o comércio principalmente com gregos e etruscos. Seu centro principal de poderio expansionista situava-se na região do alto Danúbio (Boêmia e Baviera). Conquistaram a Gália, parte da Península Ibérica, as Ilhas Britânicas e largas áreas da Europa Central. No séc. II a.C., a hegemonia celta, mantida desde o séc. V a.C., cede lugar à dos povos de línguas germânicas, e os romanos lhes impõem sua supremacia.

Os celtas tinham uma forma primitiva de escrita chamada ogam, encontrada apenas em algumas inscrições em pedra. As línguas célticas (um ramo da família lingüística indo-européia) possuem dois troncos derivados do grupo centum: o celta goidélico, mais antigo, de onde derivam o irlandês e o gaélico; e o celta galo-britânico, falado pelos gauleses e bretões, de onde derivam o gaulês e o bretão. A maioria das informações que temos sobre os provêm de antigos autores gregos e romanos e de ruínas das localidades onde os celtas se estabeleceram.
Sua religião era politeísta e os ritos realizavam-se ao ar livre, fortemente impregnados de magia, alguns exigindo sacrifícios humanos. Destacaram-se na arte, principalmente na criação de jóias.

Fontes

ENCICLOPÉDIA DELTA UNIVERSAL. Volume 4. Pág. 1881. Editora Delta Universal S.A., Rio de Janeiro: 1980.

ENCICLOPÉDIA BARSA. Volume 4. Págs. 181 e 182. Encyclopaedia Britannica Editôres Ltda. Rio de Janeiro, São Paulo: 1971.

Por Nilton Cezar Ribeiro

3 comentários:

  1. Como professor de história ainda sei pouco dos povos celtas, eram muito heterogênios e por falta de documentos não se sabe tanto deles. Nesse sentido os romanos e gregos falharam, não se preocupavam tanto com alguns registros heterônomos.

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  2. Os druidas eram admirados por gregos e romanos e venerados pelos celtas.
    sacerdotes ecológicos, sábios de mistérios fantásticos, adivinhos quase profetas, conhecedores dos segredos da natureza, com poderes para fazer poções mágica;e estes exageros deram lugar a uma tão ampla literatura sobre os druidas,com inúmeros livros.
    Entre as interrogações que ficam pelo meio estão as narrativas dos monges irlandeses, que tão depressa cortam informações acerca dos druidas (para não ofender nem o cristianismo nem aqueles que ainda respeitavam as doutrinas tradicionais) como destacam o lado anti-cristão dos druidas para justificar o seu banimento.

    muito bom seu post nilton

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  3. Achei muito interessante a cultura deles,a forma como eles se dividiam e os rituais,mas é uma pena que nao se saiba muito sobre esse povo.Visto que eles não nos deixaram muito de sua civilização,alem de poucos artefatos artesanais e inscrições.

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