quarta-feira, 13 de julho de 2011

Origem do Terceiro Mundo

Nas décadas de 1950-60, a maioria dos países da África e Ásia deixaram de ser colônias européias, graças as modificações ocorridas após a 2ª Guerra. Os países europeus estavam preocupados em reconstruir seus próprios territórios atingidos pela guerra.

A URSS apoiou essa descolonização porque queriam a libertação dos povos do jugo imperialista. Os EUA apoiaram essa descolonização porque esses novos países abriam mercados para os produtos americanos, lucro certo para o capitalismo. O fascismo estava em baixa e a ONU apoiou as independências por questão de libertação política.

Em muitos países houve conflitos sangrentos, luta do povo pela independência.

Ao lado foto da Conferência de Bandung.

Terceiro Mundo

Os países da África e Ásia que ficaram independentes, até conseguiram representantes na ONU, mas continuavam dependentes economicamente dos países ricos.

Em 1955 na CONFERENCIA DE BANDUNG, representantes de vários países de todos os continentes afirmaram a existência do Terceiro Mundo. O Primeiro Mundo eram os países capitalistas ricos. O Segundo Mundo eram os países socialistas. O Terceiro Mundo era o resto dos países, que eram todos pobres e dependentes economicamente.

O Terceiro Mundo não queria participar da Guerra Fria, combatiam o racismo, o subdesenvolvimento e queriam cooperação internacional.

Esses países eram diferentes entre si. Índia e China já tinham mais autonomia em relação ao resto. Argentina, Brasil, México eram mais industrializados. Cuba era socialista e tinha um desenvolvimento social muito bom. Mas todos eram pobres e dependiam economicamente de outros países.

Na África, os colonizadores europeus destruíram a agricultura tradicional africana para implantar latifúndios ligados à exportação. Com a descolonização, os latifúndios permaneceram, faltando alimento para os pobres. A presença de latifúndio em qualquer sociedade é geradora de desigualdade social.

Os europeus também dividiram os territórios africanos na colonização sem levar em consideração as populações que lá viviam. Isso trouxe crises étnicas e culturais, pois muitas populações eram rivais e ficaram no mesmo país.

Por isso, a África vive tantos conflitos internos hoje.

O caso da Índia é ímpar, diferente de todo o mundo.

Esta foi a principal colônia da Inglaterra e lutou de forma pacífica para conseguir sua independência.

Liderados por Gandhi, protestavam contra o domínio inglês através da desobediência civil.

Já a China era um país de miseráveis e de alguns ricos ligados aos investidores estrangeiros.

Na década de 1920 a China era governada pelo Kuomitang (Partido Nacionalista).

O Partido Comunista era perseguido. Em 1921 fizeram a LONGA MARCHA de 6 mil KM, liderados por Mão Tse-tung, fugindo do Kuomitang, que desejava exterminar o comunismo do país.

Contudo, em 1937 o Japão queria dominar a China. Foi aí que o Partido Comunista e Kuomitang se uniram para impedir o avanço japonês.

Terminada a 2º Guerra, a população deu crédito aos comunistas, que tomaram o poder em 1949. Devido a Guerra Fria, Stalin não apoiou a tomada dos comunistas. Tratados como os Acordos de Yalta barraram o apoio soviético a qualquer revolução socialista que se sucedesse.

No poder, Mao Tse-tung fez reforma agrária, investiu em educação e estatizou empresas.

URSS e china tiveram divergências na década de 1960. O dirigente soviético, Krushev, defendia uma coexistência pacífica, mas Mao Tse-tung queria uma guerra mundial entre socialismo e capitalismo. Os dois países romperam ligações.

Outro conflito que envolve países de Terceiro Mundo é o caso Israel X Palestina.

Vários países do Oriente Médio haviam ficado independentes após a 2º Guerra. O movimento sionista pregava a volta dos judeus a Palestina, pois eles tinham habitado a região parte da Antiguidade (2.000 anos atrás). Mas os árabes palestinos habitavam a região, também desde a Antiguidade.

Depois da 1º Guerra, a Inglaterra dominou a Palestina e facilitou a entrada dos judeus na região.

Em 1948, a ONU dividiu o território em dois: Palestina (para os árabes) e Israel (para os judeus).

Na realidade, os judeus são um ponto de apoio para os capitalistas (principalmente os EUA), pois o Oriente Médio tem petróleo.

Os árabes não aceitaram Israel e por isso há constantes conflitos na região. Assim que Israel foi criado, foi atacado por Líbia, Egito, Iraque, Síria e Jordânia. Os EUA apoiaram Israel, que venceu e tomou mais 75% do território palestino.

Os árabes atacaram Israel na Guerra do Suez (1956), na Guerra dos Seis Dias (1967) e na Guerra do Yom Kippur (1973). Mas Israel venceu todas e os palestinos praticamente ficaram sem pátria.

Os palestinos lutam até hoje pela terra que lhe fora retirada, pois Israel recebe dinheiro dos EUA e até tem uma boa economia, enquanto os palestinos sofrem sérios problemas sociais.

Atualmente, não se usa mais o termo países de terceiro mundo oficialmente. Alguns são chamados de países em desenvolvimento, como é o caso do Brasi e Índia e outros de países subdesenvolvidos, como o é o caso da Etiópia, por exemplo. Mas na realidade, mudou-se somente os termos. Os países ricos capitalistas nunca pagaram pela desestrutura que causaram na África, Ásia e América Latina.

“Justa, na verdade, é a guerra quando necessária, e piedosas as armas quando apenas nelas se encontra a esperança.” (Nicolau Maquiavel)

Olho por olho o mundo acabará cego (Mahatma Gandhi)

Prof. Yuri Almeida

2 comentários:

  1. A expressão "Terceiro Mundo" surgiu com o francês Alfred Sauvy, que fazia analogia ao terceiro estado da Revolução Francesa. A ideia era que, ao reconhecerem-se como explorados e dependentes, os países pobres se voltassem contra os dominadores, assim como ocorrera com os trabalhadores em relação ao clero e à nobreza na França.
    A proposta não concretizou-se, mas a terminologia perdurou e mesmo nos dias atuais ainda é usada em alguns casos.

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