11 de setembro é uma data de luto para os yankes, mas nessa data em 1973 os EUA foram algozes no Chile. Entendamos essa história.

De acordo com seus ideais esquerdistas, em plena Guerra Fria, Allende fez reformas sociais, iniciando a tão importante reforma agrária, que corta pela raiz o problema da concentração fundiária que culmina na desigualdade social, além de estatizar bancos e investir mais em educação. Baseado na experiência cubana, Allende entendia que para seu país desenvolver precisava de investimentos na educação antes de qualquer outra ação.
Chile estava transitando democraticamente para o socialismo, algo inédito numa época de ditaduras tanto socialistas (URSS, Cuba, etc) quanto capitalistas (EUA, Brasil, Argentina, etc). Porém, a elite chilena (empresários) não queria Chile socialista, afinal de contas, o que seria das classes sociais que vivem do lucro e da especulação financeira.
Apoiados pelos EUA, os empresários começaram a boicotar a economia através de uma estratégia fulminante. Donos de supermercados tiravam os produtos das prateleiras e empresas de transporte de cargas paralisaram-se por seis meses, gerando colapso no abastecimento das cidades. Faltava de combustíveis a alimentos no país. Queriam mostrar que quem comanda um país é o mercado e não o Estado e ainda colocar a população contra o governo.

A classe média e empresária protestava contra Allende, enquanto trabalhadores apoiavam o governo popular. Muitas fábricas foram tomadas pelos trabalhadores, numa experiência de produção coletiva ímpar na América Latina.
Como protestos, manifestações e até o boicote econômico não derrubava Allende, um golpe era a solução. O mesmo aconteceu em vários países da América Latina, inclusive no Brasil.
O interessante é que, a população e vários ministros de Allende queriam que o Estado distribuísse armas para o povo defender o governo, mas Allende recusou tal ação desacreditando numa guerra civil e crendo na legitimidade da democracia.

Estava encerrado o período de democracia política e social no Chile. Esse golpe marcou a vida da população tanto quanto o golpe de 1964 marcou o Brasil.
Pinochet instalou um regime ditatorial, prendendo socialistas e perseguindo opositores. As empresas estatizadas voltaram para os antigos donos. Os EUA voltaram a ter investimentos no Chile. A política do ditador beneficiava somente grupos ligados a si, uma espécie de oligarquia.
O interessante é que Pinochet foi nomeado comandante do exército pelo próprio Salvador Allende em 1973, ano do golpe.
O ditador ficou 17 anos no poder. Diante de acusações de abusos aos direitos humanos, assume antes de morrer a responsabilidade por tudo que aconteceu em seu governo. Declara ter agido por patriotismo. Pinochet faleceu em 2006 e foi velado na Escola Militar, sem honras de Estado.Prof. Yuri Almeida
Nossa, que interessante não sabia disso... Estados undidos é foda
ResponderExcluirGrande amigo e companheiro Yuri
ResponderExcluirOlhando a história talvez o 11 de Setembro de 1973 seja mais importante que o de 2001. Após o golpe o Chile tornou-se "laboratório" das experiências neoliberais dos "Chicago boys". O neoliberalismo, como sabemos, destroçou os Estados e monopolizou o poder de decisão nas mãos das grandes corporações interancionais, sobretudo as financeiras.
O que o Chile sofre em sua economia atualmente é reflexo do golpe de Pinochet
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