domingo, 1 de novembro de 2009

Teologia da Libertação

Quando se fala em teologia, logo as pessoas imaginam religião, Igreja, fé e outros. Isso porque pensam que teologia é o estudo da religião, de Deus. Antes de falarmos um pouco sobre a Teologia da Libertação, devemos entender que à teologia está extremamente ligada a antropologia, a cosmologia, logicamente a filosofia e também a psicologia e outras gnoses. Enquanto a filosofia estuda a estrutura do ser, a teologia procura entender o significado deste, ou seja, a existência. Quando se estuda a existência, automaticamente a teologia é obrigada a estudar as crenças, as religiões, as idéias, o “sobrenatural” e outros porque a existência está e sempre esteve ligada a essas idéias mitológicas. Dessa maneira não existe uma teologia, mas várias teologias que convergem para várias epistemologias.

O homem é um ser integral, holístico. Isso significa que sua existência é construída a partir de fatores social, político, psicológico, econômico e outros. Não é possível dissecar essa formação ontológica. Notamos que a religião cristã logicamente sempre esteve ligada a esses fatores, reflexo de sua humanidade. Porém notamos um tremendo abuso desses fatores existenciais a fim de dominar as massas. Nos restringindo ao fator político-econômico, sabemos que a Igreja já dominou o mundo, com seus cofres cheios e o Estado em suas mãos. Porém o mundo cansou se ser alienado pela Igreja e até mesmo os religiosos se levantaram contra essa alienação. A Teologia da Libertação é essa reação dentro da Igreja latino-americana, lutando em prol do povo, do pobre, do necessitado.

A Teologia da Libertação tem suas raízes no marxismo. Na Alemanha, Jürgen Moltmann propôs uma teologia chamada de Teologia da Esperança. Essa propunha que toda religião é recheada de utopia e que a religião cristã deveria apresentar esperanças ao povo, promovendo revolução e não servir ópio e alienação.

Porém antes de Moltmann, que publicou sua idéia em 1965, o teólogo Paul Tillich já dizia algo como socialismo religioso. A teologia de Tillich era elaborada a partir da leitura histórica e da análise existencialista. Nisso se identificava de certo modo com Karl Marx. Esse método de teologizar o levou a propor uma identificação da teologia com o povo, que em sua época sentia os horrores da guerra mundial.

O brasileiro Rubem Alves apresentou em Princeton em 1969, originalmente como tese, A Theology of Human Hope (Uma Teologia da Esperança Humana). Nessa obra o teólogo volta-se para a necessidade do terceiro mundo, em especial a situação da América Latina. Porém, infelizmente Rubem Alves não conseguiu com êxito aplicar sua teologia na igreja protestante brasileira, pois sabemos como o protestantismo (nesse caso o presbiterianismo) é ligado ao capitalismo, ligação extremamente forte, pois tem seu alicerce na doutrina calvinista, em especial a doutrina da predestinação (Max Weber).

Contudo, na Igreja Católica Apostólica Romana na América Latina começou a ter uma mudança. O CELAM se reuniu na Colômbia, onde os bispos mostraram uma preocupação com os pobres e com as desigualdades.

O nome de Teologia da Libertação apareceu em 1971, através do peruano Gustavo Gutierrez, que publicou uma obra com esse título, propondo a libertação social dos povos latino-americanos. Outros nomes surgiram como: Enrique Dussel, José Miguez Bonino, o brasileiro Leonardo Boff que escreveu Jesus Cristo Libertador e outros.

A Teologia da Libertação não se preocupa com os dogmas, mas com a ação dos cristãos em prol das mudanças sociais. Jesus Cristo é apresentado como um grande exemplo de homem que lutou pela justiça, pelo amor e principalmente pelos pobres. É uma teologia criada a partir da situação de miséria da América Latina. Ser cristão é ser agente de mudança política, estar ligado à necessidade do próximo, dos doentes e outras causas.

Muitos teólogos da Teologia da Libertação trabalham hoje em torno do ecumenismo. Leonardo Boff, por exemplo, tem escrito livros voltados a mística e ao ecumenismo. Muitos interpretam a mística como colaboradora para o espírito militante. A Igreja Católica Romana no Brasil tem feito louváveis trabalhos sociais, como as pastorais voltadas à criança, ao jovem, ao idoso, ao indígena e outros grupos que vivem com necessidades. Segundo a T.L. a salvação do povo está na libertação da opressão.

Prof. Yuri Almeida

6 comentários:

  1. Muito bom Yuri, contundente e imparcial, as vezes incisivo, mas você é uma dinamite!

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  2. Gostaria de saber quais são suas fontes no caso dos teólogos alemães... Abraço

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  3. Vc esqueceu de um outro grande nome da Teologia da Libertação na América central. Pe. Jean-Bertrand Aristide.
    http://dieucel.blogspot.com/2010/09/jean-bertrand-aristide-e-libertacao-da.html

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  4. Aliás é notávael como a Igreja está voltada para crianças! Puxa! Como gostam de crianças! Até penso que Michael Jackson éra católico! rsrsrsrsrs

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  5. Livro: "Era Karl Marx um satanista?" de Richard Wurmbrand.

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  6. Hoje na Alemanha, o que os alemães falam e pensam sobre o Nazismo?

    Melhor resposta: A situação da Alemanha nos dias atuais é um tanto controversa. Após a unificação, ela se tornou o país mais rico da Europa, sendo considerado o quarto país mais poderoso do mundo em 1999. Tempos depois, a crise dos bancos japoneses fez com que a Alemanha subisse de posição e ficasse em terceiro lugar no hanking.
    No entanto, o desenvolvimento econômico não foi acompanhado de um desenvolvimento social. E a Alemanha passou a sofrer de um terrível problema que afeta a maioria dos países ricos da Europa Ocidental: sua população está envelhecendo muito rapidamente. Isto aumenta os gastos com a previdência e com a aposentadoria, obrigando o governo a parar de investir em novas oportunidades de emprego.
    Com a imigração de pessoas pobres da África, da Ásia, do Oriente Médio e até da América Latina, o quadro de desemprego piorou na Alemanha. Mas, afinal, o que diabos isso tudo tem a ver com o nazismo?!
    Num ambiente de miséria e desemprego, surgiram líderes populares que, através de discursos repletos de xenofobia, passaram a ver em Adolf Hittler um grande homem que, mesmo após sua morte, deve ser seguido. Eles dizem que os imigrantes estão roubando os seus empregos e por isso devem ser perseguidos e mortos. Os negros e os imigrantes de origem mongol são os principais alvos desses dos manifestantes neonazistas, vulgo skinheads.
    Politicamente falando, a Alemanha, no cenário mundial sempre tenta dar a imagem de que o nazismo é coisa do passado e que hoje ela é um país democrático. Mas na verdade existem grupos políticos que estão por trás das manifestações neonazistas. Nesse sentido, os alemães sentem um grande orgulho de Hittler por trás das câmeras, mas defendem politicamente a democracia e a igualdade de direitos.

    https://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20080430092625AAHMVqL

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