segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Cândido, João


João Cândido Felisberto foi um líder negro brasileiro (1880-1969).

Gaúcho, representou a luta pela igualdade dentro dos navios, a luta contra a chibata que massacrava os marinheiros como em época de escravidão.

Filho de ex-escravos vivia na fazenda de João Filipe Correia até ser mandado para a marinha para ser disciplinado, por ter agredido o filho do fazendeiro.

Na marinha rapidamente foi promovido a cabo e na mesma velocidade foi rebaixado a marinheiro por mau comportamento.

Em uma viagem à Inglaterra conhece uma marinha organizada e chega a assistir uma reunião sindical, fica espantado com a diferença de tratamento entre os marinheiros ingleses e brasileiros.

Ao voltar vai a um encontro com o presidente e pede a ele o fim da chibata. O pedido não é atendido.

A República só entenderia por meio de revolta, a qual viria a acontecer no dia 22 de novembro, depois de um marinheiro ser condenado a 250 chibatadas, mais 225 do que o número permitido pela lei dos mares. Espadas e baionetas foram as armas de combate na guerra que se deu dentro do navio. Depois dos marinheiros terem o domínio sob o comando de João Cândido passaram a bombardear com canhões de pequeno calibre o Rio de Janeiro e Niterói. No dia 23 de novembro foi dada a anistia, a qual não durou nem dois dias. O governo se aproveitando, caçou os marinheiros e jogou João em uma pequena “solitária” com mais 17 presos, de onde só saíram vivos dois, entre eles João Cândido que iria agora para uma prisão comum e só sairia em 1910 com a ajuda da Igreja Nossa Senhora do Rosário, protetora dos negros, que contou com a ajuda de 3 grandes advogados que conseguiram sua absolvição no julgamento.

Sua saúde estava abalada, não conseguia emprego pela fama de rebelde e subversivo e teve muitas tragédias familiares, tais como a morte da sua primeira esposa, o suicídio de sua segunda esposa e o suicídio da primeira de suas 4 filhas. Só em 1930 conheceu a mulher que o acompanharia até a morte, dada por câncer no intestino, em 1969.

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