segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Gramsci, Antonio


Antonio Gramsci nasceu em Ales, numa das regiões mais atrasadas da Sardenha, em 22 de janeiro de 1891.

De família da camada baixa da população italiana, fez seus estudos no ginásio Santu Lussurgiu, suspendendo-os para trabalhar numa repartição pública de Ghilarza. Retoma os estudos no Liceu de Cagliari e, como bolsista, aos 17 anos, ingressa em 1914 na Universidade de Turim, abandonando-a no ano seguinte.

Em 1913 ingressou numa organização juvenil do Partido Socialista Italiano, tornando-se um dos dirigentes da ala esquerda do Partido, assumindo em 1917 a direção do jornal AVANTI! em Turim e no mesmo ano foi eleito Secretário da seção turinesa do Partido Socialista.

Juntamente com Palmiro Togliatti, Ângelo Tasca e Umberto Terracini, funda em 1º de maio de 1919 o semanário L’ORDINE NUOVO. Lidera neste mesmo ano o movimento dos Conselhos de Fábricas, que se afirma com um grande movimento de massas.

Em novembro de 1920, rompe com a maioria do Partido, constituindo oficialmente a fração comunista do PSI. Mas é no XVII Congresso do Partido Socialista que se realizou em janeiro de 1921 em Livorno, que os delegados da fração comunista do Partido Socialista se decidem pela fundação do Partido Comunista Italiano, Secção da III Internacional, do qual Gramsci tornar-se-á membro do Comitê Central. Em 1922 compareceu ao IV Congresso da Internacional Comunista em Moscou, tendo sido eleito para o Comitê Executivo da Internacional Comunista.

Eleito para a direção do Partido Comunista Italiano em 1923, no ano seguinte Gramsci colabora na criação do jornal do Partido, L’UNITÁ. Em 1926, como parlamentar, lidera o grupo comunista na Câmara dos Deputados. Com o fechamento do Partido Comunista pelo governo fascista de Mussolini, Gramsci foi preso e deportado para a Ilha de Ustica.

Condenado por um Tribunal Especial em janeiro de 1927 sob as acusações de participar de um complô contra o Estado, instigar a guerra civil e excitar o ódio de classe, foi transferido de Ustica para a prisão de Milão, onde passou a aguardar julgamento. Em 1928 foi condenado a 20 anos de reclusão, levado para a prisão central de Turim. Adoentado em conseqüência das torturas físicas e mentais e pelas péssimas condições carcerárias, seu estado de saúde se agrava de tal forma que provoca protestos em várias partes do mundo, sem que o governo de Mussolini tome qualquer providência para transferir Gramsci para um hospital. No dia 25 de outubro de 1934 o Governo italiano resolve ceder às pressões internacionais, concedendo-lhe liberdade condicional. Gramsci foi hospitalizado numa clínica em Roma. Em 1935 é acometido por nova crise.

Esgotado o tempo da condicional em 24 de abril de 1937, Gramsci recupera naquela data sua plena liberdade. No dia 25 sofre uma hemorragia cerebral, falecendo no início da tarde do dia 27 de abril, 3 dias após conquistar sua liberdade.

Gramsci não chegou a publicar qualquer livro durante sua vida. Suas obras (artigos, ensaios e cartas) foram reunidas para publicação em alguns volumes sob os seguintes títulos: “Materialismo histórico e a Filosofia de B. Croce”, “Os Intelectuais e a Organização da Cultura”, “Notas Sobre Maquiavel”, “Literatura e Vida Nacional”, o que o tornou um dos pensadores mais influentes do século XX, dentro da corrente de pensamento Marxista.

Prof. João Vinícius Carvalho Guimarães

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