segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Epicuro


Filósofo grego do período helenístico-romano, filho de atenienses, nasce na ilha de Samos e se interessa por filosofia ainda na infância. Por volta dos quatorze anos, tem aulas com um discípulo de Demócrito. Na mesma época entra em contato com os ensinamentos do filósofo Xenócrates. Quatro anos mais tarde viaja para Atenas, onde permanece estudando por um ano. Depois de ensinar em vários lugares do mundo grego (como Lesbos e Lâmpsaco), tempo que usufruiu para amadurecer sua doutrina e formar um circulo íntimo de amizade, instala-se em Atenas em 306 a.C. Ali fundou uma escola, nos jardins de sua vila, de grande popularidade, que virou centro de reuniões aristocráticas dos seus amigos, admiradores e discípulos, e fundou sua própria escola filosófica, o epicurismo, que postula como objetivo central do ser humano a busca da felicidade. Sua escola foi a primeira a admitir estudantes femininas, fato que chocou e abalou o mundo erudito de seu tempo.

A filosofia de Epicuro era mecanicista (explicação satisfatória do universo, adotada dos átomos de Demócrito) e considerava o prazer o maior bem da humanidade, o bem supremo, mas que não reside no simples usufruto das sensações e sim no domínio do sábio sobre si mesmo. O próprio Epicuro advogava que o maior prazer consistia em viver nos limites justos, convenientes e comportar-se com brandura, sem ter medo dos deuses e da morte.Seus seguidores mais tardios eram mais tolerantes na definição de prazer, sendo hoje o termo epicurismo usado injustamente como sinônimo de hedonismo (no qual o prazer é o móvel fundamental das ações humanas).

Epicuro em seu resumo da suprema sabedoria humana, criou a tetrafarma e ficou conhecido como “médico das almas”, cujo diagnóstico segue: Primeiro, não há nada a temer quanto aos deuses: pois estes estão em uma esfera intangível, sendo assim não há nada que deturpe a vida humana a não ser o próprio homem; segundo, não temer a morte: a morte é uma paixão e como tal impede os homens de traçar algo para ser feliz; terceiro, a felicidade é possível: porque os seres humanos são racionais e livres; quarto, podemos escapar da dor: pelo fato do homem estar submetido apenas a racionalidade e a nada mais (nem deuses, nem morte). Assim, dizendo que o homem pode e deve ser feliz, nasceu para a felicidade, mas que resulta de uma eterna luta.

O epicurismo, como filosofia, manteve ininterrupta tradição por sete séculos, até a ascensão do cristianismo que passou a dominar todas as filosofias pagãs, no fim do império romano. A filosofia de Epicuro foi banida pois contrariava frontalmente alguns fundamentos do cristianismo. Supõe-se que, até morrer , em Atenas, tenha escrito mais de trezentos volumes, dos quais praticamente nada sobreviveu. A maior parte das obras de Epicuro foi recolhida por Laércio (que venerava Epicuro como divindade) no Livro X de Vidas e opiniões de filósofos célebres, ao qual devemos as melhores notícias sobre o epicurismo, e que encontram-se conservados até os tempos modernos.

Por Luciane Martins Scaramel

3 comentários:

  1. Epicuro foi uma luz na escuridão estoicista...

    everton Chagas

    ResponderExcluir
  2. PRECISA DE MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O QUE É EPICURISMO

    ResponderExcluir
  3. Os autores que criticaram o epicurismo

    ResponderExcluir