A chamada revolta de Beckman fora
uma rebelião contra o governo colonial, em São Luís, em 25 de fevereiro de
1684. Não foi uma revolta popular, como alguns afirmam, pelo contrário, ficaram
bem estabelecidos os interesses dessa revolta.
Manuel Beckman |
Manuel Beckman era um senhor de
engenho conhecido por ser orgulhoso e carrancudo. Chegou a ser exilado em
Gurupá, no Maranhão. O motivo era interessante, lia livros proibidos e
protestou contra a nomeação de um governador, ou seja, um homem de
posicionamento firme para sua época. Beckman e seu irmão Tomás lideraram a
revolta de Beckman.
Na data da revolta, grandes
senhores de engenho prenderam os jesuítas dentro do seu próprio colégio e
também Baltasar Fernandes, capitão-mor, além de invadirem a Companhia do
Maranhão e instalarem um governo com seus ideais.
Esse governo tinha representantes
do povo, do clero e da nobreza e criaram procuradores populares para ouvirem as
reclamações da população. Contudo não era uma democracia que se formava.
Beckman tinha interesses em escravizar os índios. Os caboclos já haviam sido
disseminados na região. Os representantes do povo eram pessoas com alguma posse.
O motivo da revolta era a falta
de mão-de-obra, que prejudicava os lucros dos senhores de engenho,
latifundiários. Os escravos negros quase não chegavam no Maranhão, estavam
concentrados mais nas regiões açucareiras e os índios não podiam ser
escravizados. Por isso cerca de sessenta
anos antes da rebelião os grandes proprietários rurais tinham choques com os
religiosos. Lembrando que o alvará régio de João IV atribuía aos jesuítas a
responsabilidade dos negócios indígenas, não podendo outras entidades
estabelecer cuidado aos índios na América. Por isso, em 1661, os jesuítas foram
expulsos da região e só retornaram em 1667 com o rei Pedro II. Esse retorno
estabeleceu mais poderes de tutela ainda aos jesuítas,
inclusive com sanções.
Tal retorno com poderes fiscais aos religiosos também retorna o conflito na
região.A revolta de Beckman era uma reivindicação por mais mão-de- obra, visto que não podiam escravizar indígenas. |
Para resolver o problema da
mão-de-obra na região, Portugal prometeu enviar quinhentos escravos por ano ao
Maranhão. Os proprietários ficaram satisfeitos, não havia entraves com a
escravidão negra e era ainda o estabelecimento de Maranhão no rico comércio de
escravos. Além disso, a Companhia de Comércio, que trariam os escravos, também forneceria
produtos importados e comprariam a produção maranhense. Aparentemente um acordo
perfeito. Não obstante, o bacalhau, o trigo e vinho quase não chegavam e quando
chegava estavam estragados, além dos escravos negros serem oferecidos em alto
preço e com quantidade menor. Houve reclamações por parte dos proprietários de
que a Companhia de Comércio roubava até nos pesos e medidas. Para piorar a
situação, a Companhia não aceitava como pagamento em açúcar, cacau, couro ou
tabaco, abaixando os preços desses itens no mercado.
Diante desse histórico, a revolta
de Beckman se faz reivindicando na realidade mão-de-obra escrava e escoamento
da produção com preços condizentes.
Assumindo o poder, Beckman, o
governador vencido na revolta, Sá de Meneses, tentou subornar o novo governo em
vão. O acordo foi buscado em Lisboa, onde Tomás Beckman, tentou conseguir suas
reivindicações.
O governo português venceu a
revolta retirando a Companhia de Comércio do Maranhão, dando condições dos
preços de escravos e dos alimentos baixarem. Gomes Freire de Andrade foi
nomeado novo governador do Maranhão.
Tais medidas esfriaram a revolta
e os senhores de terras abandonaram a causa. O governador decidiu punir os
revoltosos e Beckman é entregue as autoridades pelo próprio filho adotivo,
Lázaro de Melo.
Manuel Beckman foi enforcado em 2
de novembro de 1686. Seu filho traidor recebeu a patente de capitão de uma das
companhias da nobreza, mas nenhuma das companhias aceitou o comando traidor e
ele é morto trucidado em uma moenda em seu engenho.
“Não resta outra coisa
senão cada um defender-se por si mesmo;
duas coisas são necessárias: revogação dos monopólios e a expulsão dos jesuítas,
a fim de se recuperar a mão livre no que diz respeito ao comércio e aos índios.”
Manuel Beckman (1684)
duas coisas são necessárias: revogação dos monopólios e a expulsão dos jesuítas,
a fim de se recuperar a mão livre no que diz respeito ao comércio e aos índios.”
Manuel Beckman (1684)
Prof. Yuri Almeida.
Referência Bibliográfica
BUARQUE DE HOLANDA, Sérgio.
Raízes do Brasil. Rio de Janeiro, José Olympio, 1978.
CHIAVENATO, Júlio José. As lutas
do povo brasileiro: do “descobrimento” a Canudos. 2. Ed. São Paulo: Moderna,
2004.
RIBEIRO, Berta. O índio na
história do Brasil. São Paulo, Global, 1987.
Bom d+!!!
ResponderExcluirsite bom!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirconcordo plenamente!!!
Excluirbom d+++ tambem!!!!
ResponderExcluirmuitoo bom esse site!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirme ajudou muito e passei na prova UHUUUUUU!!!!!
parabéns a quem criou esse site,muito bem explicado,talvez até melhor que os professores da minha escola P-A-R-A-B-É-N-S
ResponderExcluirVerdade, Parabéns a quem criou este site :)
ExcluirBOM D+++++++++++++++
ResponderExcluirfoi muito legal.......
ResponderExcluirMuito bom :)
Excluirparabens muito bom
ResponderExcluirparabens muito bom
ResponderExcluirMuito bom....Nota-10
ResponderExcluirAcheiii já fiz a história de Goiás 100linhas mas esse explica tudo e não preciso escrever tanto u.u
ResponderExcluir