segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Schleiermacher, Friedrich


Friedrich Schleiermacher foi um grande filósofo e teólogo, visto por muitos como o pai do liberalismo teológico e da teologia moderna. Nasceu em Breslau em 1768, educou-se em Halle, sendo professor posteriormente tanto na própria Halle como também em Berlim. Foi aluno de Schelling, juntamente com Hegel, com quem não tinha um relacionamento muito amigável. Antes de entrar no mundo acadêmico, foi educado num ambiente moraviano, ou seja, vinha de uma tradição pietista de Zinzendorf, mas aos 19 anos rompeu com a fé dos irmãos de Herrnhut. Faleceu em 1834.

Schleiermacher foi pregador em Halle, ministrando na Igreja da Trindade. Foi um conferencista de renome e autor de muitas obras como: On Revelation and Mythology; On Religion; Speeches to Its Cultured Despisers; Soliloquies; Outline of Critique of Previous Ethical Theory; Brief Outline of the Study of Theology; The Christian Faith. Também traduziu as obras de Platão para o alemão. Apesar de não ser um idealista subjetivo, sofreu influência dos filósofos Kant e Fichte.

Schleiermacher dava real valor aos sentimentos dentro da religião cristã, influência do movimento romancista ou romântico, que tem na pessoa de Jean-Jacques Rousseau sua grande figura. Via a religião como uma função da alma humana, em outras palavras, a religião faz parte da natureza humana. Ele fez em muito progredir tanto a erudição platônica como também a teologia sistemática. Dizia que o finito depende do infinito (Paul Tillich absorveu essa teologia de Schleiermacher). O infinito, como Spinoza, é a totalidade de todas as coisas. O liberalismo teológico é visto por muitos como um movimento extremamente racionalista, mas não é isso que vemos em Schleiermacher, pois ele preferia apresentar suas idéias sobre os sentimentos, o empirismo. As idéias de diabo e espíritos maus eram rejeitadas. Espírito era interpretado como o que há de mais elevado no homem, sendo algo bom.

Dizia que, cada indivíduo deve procurar sua individualidade interior, seu desenvolvimento próprio para conseguir seu espaço na história e principalmente na natureza. Chamava essa idéia de Proprium. Esse desenvolvimento proverá a própria sociedade. Os indivíduos que mais se evoluíram interiormente seriam aqueles que desenvolveram a ética, a sociedade e a religião.

Pregava que todas as coisas são naturais, mas não negava a possibilidade de causas extraordinárias provocadas por Deus, ou seja, os milagres. Quando dizia que todas as coisas são naturais incluía também a religião. Através da religião, o homem intuitivamente apreende os saberes da existência. É através dos sentimentos que o homem adquire conhecimento de Deus e dos homens. As doutrinas cristãs dependem dos sentimentos e da experiência. Dizia que o homem não pode ficar preso a ortodoxia, mas libertar dela mediante as experiências que o levarão ao crescimento interior. Com tanta afirmação sobre os sentimentos, Schleiermacher dizia que a autoridade final na religião não são as escrituras, nem a razão, mas sim o sentimento religioso intuitivo. Quando o teólogo falava de sentimento, logicamente ele não falava de mera emoção, mas sim de uma intuição que levava o homem a contactar-se com Deus e o mundo.

Essa experiência religiosa poderia ser observada em outras crenças, mas o cristianismo foi apresentado como a mais elevada expressão da consciência religiosa, não sendo a única (Paul Tillich também foi influenciado nessa questão).

Podemos dizer que, a colaboração teológica de Schleiermacher foi importantíssima, pois ele propôs uma libertação do homem que havia sido preso pelo dogmatismo religioso.

Prof. Yuri Almeida

5 comentários:

  1. Gostei bastante do que li sobre o filósofo. Texto muito bem organizado e estruturado.
    Professor Universitario,
    Pedro Lemos

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  2. MUITO BOM ORGANIZADO, ESTAREI USANDO EM UM TRABALHO DE TEOLOGIA.

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  3. MUITO BOM ORGANIZADO, ESTAREI USANDO EM UM TRABALHO DE TEOLOGIA.

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  4. Um dois maiores pontos de tensão da época schileiermarchiana é a ogeriza ao catolicismo romano, isso, fez com que, este filósofo respondesse dessa forma, não sendo uma verdade absoluta, quando o mesmo nega a realidade e autoridade Bíblica, diante de toda estrutur HUMANA. Daí a idéia de endeusamento da razão humana.

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