quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A novela da Reforma Agrária

Após a ocupação do MST no centro-oeste de São Paulo no laranjal da Cutrale, a bancada ruralista representada pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO), os deputados federais Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS) tem se manifestado na mídia apresentando o MST como movimento terrorista. O que escondem é que são cerca de 4 mil hectares grilados de plantação de laranja só na área citada.

O IBGE revelou em 2009 que, no Brasil 46% de suas terras estão nas mãos de latifundiários e que aumentou a concentração nos últimos 10 anos, o que não era para ter acontecido num governo popular. Ainda foi demonstrado pelo censo agropecuário que, propriedades com menos de 10 hectares controlam apenas 2,7% do território brasileiro e ainda, é a agricultura familiar que produz 85% do alimento que vai a nossa mesa, sendo o agronegócio ainda destinado ao mercado exportador, como os antigos plantations.

A bancada ruralista ainda quer barrar ou rever o índice de produtividade, que é a forma constitucional de analisar a distribuição fundiária do país para possíveis cálculos orçamentários destinados a reforma agrária.

EUA evitaram presença de latifúndio e formulou uma lei de terras que proporcionou um crescimento econômico rápido. Alemanha, Espanha, França, Itália, Inglaterra, países escandinavos e até Japão, Israel e Irlanda fizeram reforma agrária. O momento de maior crescimento da antiga URSS foi com Stalin que realizou reforma agrária. Não há registro de país que realizou distribuição fundiária sem desenvolvimento sócio-econômico aparente. Não obstante, todos os países que não realizaram reforma agrária permanecem subdesenvolvidos e com desigualdade social imensurável.

É simples entender porque os latifúndios travam o crescimento econômico: concentra renda e deixa de aquecer o mercado interno. O agronegócio apresenta bons números no cenário de exportação, mas a agricultura familiar apresentaria um número superior de lucros com distribuição. Só para se ter idéia, na área ocupada pelo MST na Cutrale mais de 130 famílias poderiam estar assentadas produzindo alimentos.

Impossível haver desenvolvimento sócio-econômico aonde há alta concentração de renda. A bancada ruralista está certa de atacar o MST e a reforma fundiária, defendem seus interesses, legislam em causa própria.

O BRASIL precisa voltar a discutir as reformas de bases de Jango: reformas educacional, tributária, política, agrária e MUITAS OUTRAS. O Sistema vive para o Sistema e a população paga a conta. Até quando?

Prof. Yuri Almeida

4 comentários:

  1. ate quando em? temos q fazer logo essas reformas e n a da previdencia e trabalho, oq tenque fazer e aumentar o salario do trabalhador isso sim

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  2. Revoltante. Difícil é quebrar o monopólio dos grupos Globo, Folha e Estadão e engajar a população nos reais problemas do Brasil, e não em aparências e rixas partidárias

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  3. Texto muito enviesado, com tendência favorável à reforma sem ponderação prévia sobre aspectos negativos ou discutíveis do tema como as metodologias para a aplicação da reforma e as repercussões violentas cometidas para a instauração da reforma agrária nos países que passaram pela experiência. Mas é notável que hoje a história não é mais uma área de estudos, mas sim uma área de criação. Hoje em dia se "faz" história.

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  4. Para um pais se desenvolver com dignidade, sucesso, respeito e prosperidade é necessário a reforma agrária pois cada família assentada e que tenha vocação para trabalhar a Terra gera no mínimo três novos empregos na cidadde

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