domingo, 26 de dezembro de 2010

Crise de 1929

"Alguns daqueles anos podem servir para ilustrar o fato. [...] Em Chicago, a maioria das mulheres trabalhadoras ganhava menos de vinte e cinco centavos por hora e um quarto delas ganhava menos de dez centavos. Só num distrito de Nova York, dois mil desempregados faziam a fila do pão, todos os dias. No país como um todo, a construção civil caiu em 95%. Nove milhões de contas de poupança foram perdidas. 85.000 empresas faliram." (Heilbroner, Robert)

Há uma certa dificuldade de entender a Crise de 1929. Mas é fácil de entender. Precisamos compreender primeiro o momento histórico dos EUA na década de 1920. Posteriormente, conhecer o que é uma empresa SA e uma bolsa de valores. Assim, verems que os EUA viviam um momento de euforia econômica e uma crise na bolsa de valores de Now York, o que gerou uma depressão econômica jamais vivida em toda década de 1930.

Quando a 1º Guerra Mundial terminou, os EUA se firmaram como país mais rico do mundo, pois além de não terem sofrido fisicamente com os conflitos como aconteceu na Europa, eram os maiores produtores mundiais de aço, comida enlatada, máquinas, rádios, petróleo, carvão, tecidos, milho, chapéus, discos, fogões, brinquedos, etc. À cada 100 carros produzidos no mundo, 85 eram dos EUA. A classe média dos EUA tinha conforto. A publicidade ampliava o consumismo.

Na década de 20, o país era conhecido pelas festas e noites em que a burguesia e classe média se divertiam nas noites.

A indústria inventava constantemente novos bens de consumo. Surgiram os alto-falantes , que permitiam um som mais alto para festas. O jazz crescia nas boates. O povo norte-americano ia se viciando com festas e agito.

O capitalismo transformou tudo em mercadoria, em negócio, em fonte de lucro – o que aconteceu até com a diversão, através do cinema, principalmente em Hollywood. O rádio chegou aos EUA, levando informações a milhares de pessoas ao mesmo tempo.

Os EUA viviam um frenesi capitalista: a classe média ouvia rádio e discos, dirigia automóveis, dançava nas boates, jogava nos cassinos, comprava sem parar e ia aos cinemas.

Bolsa de Valores
Existem as
empresas LTDA (Limitadas) que possuem um ou poucos donos e as empresas SA (Sociedades Anônimas ou Sociedades por Ações) cujos donos são sócios que possuem certas quantidades de ações. A maioria das empresas capitalistas é SA.

Se, por exemplo, um acionista (sócio) possui 11% das ações de uma empresa, significa que ele é dono de 11% da empresa. Também, que 11% dos lucros desta são dele e caso haja prejuízo, 11% é de sua responsabilidade.

Se uma empresa possui bons lucros terão muitas pessoas querendo adquirir suas ações e elas se tornam valiosas. Se uma empresa apresenta prejuízos terão acionistas querendo vender suas ações e poucas pessoas querendo comprá-las, abaixando os preços dessas. Assim, quando a procura é maior que a oferta os preços sobem. Quando a oferta é maior que a procura os preços caem.

As ações podem ser negociadas nas bolsas de valores.

Nos EUA dos anos 1920, a euforia econômica fazia as ações de suas empresas estarem em alta.

Contudo, as notícias de falências de algumas empresas fizeram investidores apavorarem e colocarem suas ações em venda, o que fez seus preços caírem vertiginosamente, até acontecer o Crack (quebra) da Bolsa.

Crack da Bolsa
24 de out
ubro de 1929 começou a maior crise econômica da história do capitalismo.

Na Bolsa de Valores de New York, os valores das ações começaram a despencar. Os investidores corriam para vender suas ações, mas ninguém queria comprar. Isso fez a bolsa quebrar – CRACK – muitas empresas entraram em falência.

Se as ações de uma empresa estão em decadência, ninguém investe nela, produzindo menos. Isso gera demissões de empregados e dívidas.

Se uma empresa quebra, outras de seu ramo a seguem. Por exemplo, se uma empresa de refrigerante quebra, as empresas que produzem a tampinha e a garrafa quebrarão concomitantemente. Além disso, essas empresas ficarão devendo para os bancos e para outras empresas, que também quebrarão, gerando desemprego em alta escala. O CRACK da bolsa de New York fez também as bolsas de valores de Londres, Berlim e Tóquio estourarem. Isso aconteceu porque a economia já era interligada mundialmente. Estourando a bolsa de New York, os EUA importaram menos, havendo prejuízos que fizeram despencar as ações de empresas no mundo todo.

Muitos milionários ficaram pobres de um dia para outro. Os trabalhadores ficaram desempregados. Aumentou o número de mendigos, milhares de pessoas passaram fome nos EUA. Um terço da Alemanha ficou desempregada. Na Inglaterra, muitos pediam esmolas. A prostituição aumentou em decorrência das necessidades sociais.

Em toda década de 1930, os EUA mergulharam numa crise econômica, chamada de GRANDE DEPRESSÃO. Em 1934 os EUA produziam menos da metade que em 1929.

Motivo do CRACK - Superprodução
Na década de 1920 a economia dos EUA só visava lucros e cresceu sem planejamento. Chegou um momento em que a produção superou a capacidade de consumo da sociedade, ou seja, havia mais produtos do que consumidores para comprar.

A superprodução foi a causa da crise de 29.

As industrias produziram tanto que o povo não tinha dinheiro e nem necessidade de comprar tanta mercadoria. Os produtos ficaram encalhados nas lojas. Os empresários começaram a despedir empregados por falta de vendas. Com o aumento do desemprego, menos pessoas compravam, acirrando a crise.

NEW DEAL
Em 1932 Roosevelt tornou presidente dos EUA.

Para resolver o problema da crise, Roosevelt seguiu as idéias do economista Keynes – que pregava o social-liberalismo, que defende a economia capitalista, mas com intervenção do Estado, inclusive no social.

O plano de Roosevelt foi chamado de New Deal (Novo Tratamento). Através do New Deal, o governo passou a fiscalizar investimentos nas bolsas, criou programas de obras públicas e empresas Estatais, contratou empresas privadas para fazerem estradas, praças, escolas, etc. Com essas obras diminuía o desemprego e a indústria era aquecida.

Com o povo trabalhando o consumismo retornaria, melhorando a economia. O governo criou também com o New Deal, leis sociais que protegiam trabalhadores e desempregados.

Para evitar superprodução na agricultura, Roosevelt pagava agricultores para não produzirem ou comprava cereais e queimava. Tal política era comum no Brasil com o café.

O New Deal ajudou a economia melhorar, mas a recuperação dos EUA só veio com a 2º Guerra Mundial, pois o país vendeu aço, máquinas, peças, etc, além de muitos desempregados americanos morrerem na guerra.

Lutas de classes
Na década de 1920, apesar do frenesi capitalista, os trabalhadores viviam mal. Operários lutavam pelos seus direitos. O governo ficava do lado dos patrões.

Anarquistas e comunistas eram perseguidos e poderiam ir para cadeira elétrica.

Na história, é comum os governos apoiarem as elites em detrimento de classes mais pobres necessitadas.

O capitalismo norte-americano também produz desigualdade social. Com a Grande Depressão, agravou-se os problemas sociais.

O capitalismo yanke é propício a crises por ser desenfreado e sem planejamento estatal. Já no séc. XXI os EUA já inauguraram uma crise, mas não passou de uma recessão.

Prof. Yuri Almeida

3 comentários:

  1. Muiito boom o texto, estudei para minha prova por esse texto. Só precisa mais a compreenção de saber o que realmente foi o New Deal para aperfeiçoar o entendimento.

    Por: Humberto Hudson- Cruzeta RN

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  2. ACHEI BASTANTE INTERESSANTE ESSE TEXTO , E TIROU-ME ALGUMAS DUVIDAS E CURIOSIDADES QUE PAIRAVAM NA MINHA MENTE MAS PRECISAMENTE SOBRE O NEW DEAL, E OUTRAS VERTENTES DA CRISE. VALEU.

    POR: NASCIMENTO MBAKASSY -LOBITO-ANGOLA

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  3. Muito bom texto, terei prova sobre a crise de 29 e a @º guerra...posso dizer que este texto foi o melhor ( melhor entendimento) que encontrei...abraços

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