quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

História do Natal

A palavra natal vem do latim natale, forma reduzida de natalis dies que significa "dia do nascimento". Em inglês, cristmas foi formado das palavras latinas christ que significa "cristo" e mass que significa "a festa da eucarisitia". Ainda da palavra latina natale veio a palavra francesa Noël, que originou Père Noël, que é o "Papai Noel" em português, figura que surgiu no século XIX, correspondente a Saint Nicolas do norte da França e ao anglo-saxônico Santa Claus. Claus veio do alemão Klaas, forma reduzida de NiklaasNicholas em alemão.

Há incertezas sobre o verdadeiro motivo pelo qual o natal ou festa do nascimento de Jesus é comemorada no dia 25 de dezembro. A protocomunidade cristã não festejava o natal, por isso o novo testamento não relata essa festa. Isso dificulta dizermos ao certo a data em que Cristo nasceu, mas o lógico seria 1º de janeiro, visto que nosso calendário marca sua era.

Não obstante, temos uma evidência histórica de celebração do nascimento de Cristo no bispo de Roma e apologista antignóstico Hipólito, no século III. Este havia escolhido a data 2 de janeiro como celebração natalina. Porém outros optaram por datas diversas, como 20 de maio, 18 ou 19 de abril, 25 ou 28 de março. Antes porém dessas datas serem observadas, por algum tempo o dia 6 de janeiro era considerado a data em que Cristo fora batizado por João Batista. Nessa última data comemorava-se no mundo pagão a festa de Dionísio (Deus da fertilidade e da vegetação na mitologia grega, cuja adoração relacionava-se ao vinho).

A passagem do dia 5 para 6 de janeiro devotava-se a festa do nascimento de Cristo e o dia 6 do mesmo mês celebrava-se seu batismo. Doravante, no dia 6 de janeiro passou a ser celebrado a epifania (manifestação do Cristo mediante encarnação) naquela época. Por isso entre 325 e 354 d.C. o natal foi transferido para o dia 25 de dezembro. Em Roma essa data é observada desde o ano de 336 d.C. O teólogo Orígenes do século III repudiava a idéia de festejar o nascimento de Cristo, pois dizia que Cristo não era um “faraó”.

O motivo para a data ser 25 de dezembro é incerta. Muitos atribuem ao imperador Constantino que, teria colocado essa data para substituir a festa pagã em honra ao sol. Essa festa pagã comemorava o solstício de inverno (renascimento do sol), pois no hemisfério norte os dias passavam a ser mais longo devido à inclinação do planeta. As Saturnálias romanas, festa com exageros dedicada a Saturno, deus da agricultura, também era observada na mesma época.

Com certeza muitos costumes do natal são oriundas dessas festas pagãs. Caso Constantino seja o responsável pelo natal no final de dezembro, essa data fora um estratagema político, pois sabemos a força que os cristãos começavam a ganhar no Império e os verdadeiros motivos da conversão do imperador ao cristianismo. Os cristãos armênios celebram o natal no dia 6 de janeiro até hoje.

O natal é uma festa mais pagã do que cristã, apesar do cristianismo ter sua formação a partir do judaísmo e paganismo. As fogueiras de natal foram emprestadas dos pagãos escandinavos, que as ascendiam em honra ao sol. O uso de árvore de natal era um costume das populações pagãs celtas e teutônicas que honravam as sempre-vivas, pois essas eram as únicas árvores que não perdiam as folhas no inverno rigoroso do norte da Europa, época em que festejavam a vida eterna. Essas árvores simbolizavam a promessa de retorno do sol. Também o uso da árvore serviu para substituir os sacrifícios ao carvalho sagrado de Odim, em que adoravam uma árvore em honra ao Deus-menino. Há indícios tradicionais de que a tradição das árvores de natal seja muito recente, vinda do reformador Martinho Lutero. No século XIII São Francisco de Assis introduziu o presépio na tradição natalina.

Já o papai Noel surgiu no século XIX, como já citamos. Os detalhes desse personagem foram apresentados pelo escritor norte-americano Washington Irving ou a narrativa de Clement Moore, Visit From St. Nicholas, em 1822. Porém a figura de papai Noel com seu trenó ganhou força com o cartunista Thomas Nast em 1863. Essa figura tem sua origem em São Nicolau, bispo da Ásia Menor no século IV d.C. que parecia ser um homem austero e generoso, no qual surgiu o costume de dar presentes nessa data.

Para o cristianismo, que sempre atacou o paganismo, a história do natal é mais uma prova de seus fundamentos, pois até suas doutrinas foram formadas por bases pagãs e judaicas e às vezes até encobertando interesses políticos e econômicos.

Prof. Yuri Almeida

4 comentários:

  1. Que isso, quer dizer que o natal foi uma continuidade de fesas pagãs?
    Puxa vida, difici alguma coisa pura hoje em dia. Até noruegues é misturado...

    ResponderExcluir
  2. Apesar de todo processo histórico e religioso envolvido com a data comemorativa do Natal, nota - se no atual contexto social que tal data assume agora carater de propulsão de vendas no comercio das cidades, aquece as industrias e a economia. Porém o fato que mais me incomoda, uma vez que a economia está aquecida e se tem mais dinheiro em circulação, porque que em algumas comunidades pobres do brasil e do mundo ainda se encontra familias que na noite de natal nao tem ceia? em conclusão pode - se afirmar que o natal é mais uma data que perde a cada ano o seu carater rligioso para assumir carater economico uma vez que nesse contexto a renda gerada pelo natal ainda esta se concentrando nas maos de poucos, privando diversas familias de comer, e as suas crianas de ganhar seus desejados presentes, uma vez que na nossa sociedade desde o principio da vida uma criança ja forma em sua cabeça a ideia de que natal é sinonimo de ganhar presentes. O Natal ainda se apresenta como agravante da desigualdade social. Outro fato decorrente do Natal é notável nessa epoca do ano. O pobre trabalha o ano todo pra viver, e no fim do ano com as "Facilidades oferecidas pelo comercio" acabam se enterrando em prestaçoes diversas. O comerciante burgues usa de diversos artificios para conseguir arrancar do pobre proletario o seu 13° salario. Outra vez há concentração de renda nas maos de poucos, pois o patrao paga o 13° salario e acaba por recupera - lo por meio de vendas ente outros meios. Em outras palavras o burgues recupera o que a lei obriga - o a pagar.

    "Natal comemoração burguesa que tem como principal objetivo abastecer as contas e os luxos de tal clase e fazer do proletario escravo do consumo, ante a tanta propaganda e imposição"

    ResponderExcluir
  3. Natal das ilusões ou ilusõs do natal?

    ResponderExcluir
  4. O que vai acontecer com as religiões falsas que cometeram fornicação com os reis da terra e com os grandes comerciantes? Leiam Revelação/Apocalipse 18 . Natal passa longe de qualquer conceito cristão, principalmente porque sua comemoração não encontra amparo em nenhum texto bíblico.

    ResponderExcluir