quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Trotski, Leon

Veja fotos de Trotski

Trótski foi um revolucionário da Revolução Russa. Seu nome verdadeiro em ucraniano era "Лев Давидович Троцький" que pode ser transliterado como Lev Davídovitch Bronstein. Seu apelido de família era "Бронштейн" que pode ser transliterado como Bronstein.
Nascido na Ucrânia em 7/11/1879, era de família judaica e de agricultores. Estudou no liceu da cidade de Nikolaiev e depois cursou Matemática por um período em Odessa.

Desde os 17 anos combateu veemente o regime tzarista, militando na época do Tzar Nicolau II. Em 1898 foi preso e deportado para a Sibéria, fugindo para Londres, onde conheceu Lênin. Ali, colaborou no jornal Iskra (A Centelha) e participou do encontro do Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR). Evitando anacronismo, o nome Social-Democrata não tem nada a ver com a social democracia de hoje, sendo essa uma doutrina político-econômica posterior.

Em 1905 retornou à Rússia. Foi líder do soviete de Petrogrado (capital na época, atual São Petesburgo). Os sovietes eram assembléias de operários e camponeses que organizavam ações revolucionárias. Ainda em 1905, Trótski participou da passeata feita para alertar Tzar Nicolau II sobre sua política. Nesse episódio o Tzar ordenou que os cossacos (polícia russa) atirassem na multidão, morrendo mais de 200 mil pessoas. Foi o chamado domingo Sangrento.

Deportado novamente para a Sibéria, desta vez ele conseguiu fugir para o Vetnã, onde trabalhou como jornalista até 1914. Em 1917 voltou para a Rússia, participando ativamente da Revolução Socialista, que derrubou o governo provisório de Kerenski. Como líder do soviete de Petrogrado, Trótski aproveitou a onda de indignação que varria a Rússia e distribuiu armas aos operários, contando com ajuda de muitas unidades militares cujos soldados preferiam desobedecer os coronéis e generais para seguir os bolcheviques. Nessa revolução, Kerenski fugiu para os EUA disfarçado de mulher.

Com os bolcheviques no poder, Lênin transformou o Partido Bolchevique em Partido Comunista e a Rússia passou a se chamar União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Trótski passou a ser comissário das Relações Exteriores e assina, em 1918, o Tratado de Brest-Litovsk, que foi um acordo de paz em separado com a Alemanha, tirando a URSS da 1º Guerra, como ansiava o povo desde à época do Tzar Nicolau II.

Houve retaliação à revolução. Catorze países capitalistas, juntamente com a antiga nobreza e burguesia russas formaram o Exército Branco que entrou em conflitos com a URSS. Trótski, em defesa a URSS formou o Exército Vermelho, responsável pela resistência aos contra-revolucionários, que enfrentou várias forças de oposição – mencheviques, czaristas, forças armadas de potências estrangeiras e grupos nacionalistas de etnias não-russas. O Exército Vermelho venceu, pois os países capitalistas estavam afligidos pela 1º Guerra. Contudo, a URSS entrou numa fase de crise econômica devido o Cordão Sanitário formado pelos do exército Branco. A crise foi tão intensa que as pessoas comiam cadáveres para matar a fome. Daí a lenda de que "comunista come criancinha".

Após a morte de Lênin, em 1924, Trótski e Josef Stálin disputaram o governo da URSS. Trótski defendia a revolução internacional, que se espalhasse o socialismo a outros países, mas Stálin queria implantar o socialismo apenas na URSS. Stálin venceu a disputa devido sua influência no Partido Comunista.

Em 1927 Trótski é expulso do partido e em 1929 deportado. Sua irmã Olga casou com Lev Kamenev, líder bolchevique que era ligado a Stálin no triunvirato que afastou Trótski do poder. Passou por vários países, Turquia, França e Noruega até chegar ao México, a convite do pintor Diego Rivera, vivendo temporariamente em sua casa e mais tarde na casa da esposa de Rivera, a pintora Frida Khalo. Em 1940 foi assassinado. Há historiadores que afirmam que esse assassinato foi por ordem de Stálin. Contudo, um revisionismo histórico dentro da própria Rússia tem demosntrado que Stalin não era esse genocida pintado e que Trótski fora um que se opusera a Stalin por questão política, sendo um dos responsáveis pela imagem ruim cunhada ao Estadista.

Entre seus livros estão Tarefas Políticas (1904), Entre o Imperialismo e a Revolução de 1922, História da Revolução Russa (1930), A Revolução Permanente (1930) e A Revolução Traída (1936), que é uma crítica ao stalinismo.

Criticou a burocracia do estado stalinista e pregou uma 2º revolução, restauradora do estado democrático-socialista. Claro que isso foi após perder a disputa com Stalin e já no exílio, pois na realidade Trótski defendia a expansão do socialismo e não tinha nada de democrático.

Prof. Yuri Almeida

3 comentários:

  1. Trotskismo X Leninismo - Lições da História

    http://comunidadestalin.blogspot.com/search/label/Trotskismo%20X%20Leninismo

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  2. Respostas
    1. O monarca soberano da Rússia chamava-se TSAR e não CZAR como vemos sendo usado constantemente hoje em dia.
      A Academia Brasileira de Letras registra as duas grafias. Entretanto, o Dicionário Antônio Houaiss afirma que a forma preferencial no Brasil deve ser “Tsar”.
      Czar é uma derivação do termo César, que desde Júlio César passou a ser usado como sinônimo de imperador em diversos idiomas (por exemplo, Kaiser em alemão).
      Assim sendo, quando estivermos nos referindo ao líder russo é tzar. A transliteração húngara usa o termo czar apenas por questão de pronúncia.

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